O excesso de pele resultante da perda de peso, após a cirurgia bariátrica ou após dieta é um grande desafio para o cirurgião plástico e um grande problema para o paciente.
Aos poucos os problemas crônicos de saúde melhoram, e há um aumento natural da auto-estima e da preocupação com a aparência.
Porém, essa preocupação pode ir muito além da estética, uma vez que a flacidez e as sobras de pele podem causar grandes problemas na adequação das vestimentas, na locomoção e na higiene pessoal, além de infecções, dermatites cutâneas e dificuldades na reintegração social.
A cirurgia plástica, neste momento, tem um papel fundamental na recuperação da forma corporal, da auto-estima e na reinserção social do paciente ex-obeso.
É a etapa final que consagra o tratamento devolvendo ainda mais qualidade de vida para estes pacientes.
O melhor momento para iniciar com as cirurgias plásticas será quando o paciente estabilizar o seu peso e o mantiver estável por pelo menos 3 meses.
Isto ocorre, em média, após 18 meses após o procedimento bariátrico.
Neste período o paciente deverá estar com o IMC (índice de massa corporal) próximo dos valores normais (abaixo de 30), porém há exceções a regra.
Algumas vezes, pacientes super-obesos já obtiveram o considerado sucesso da cirurgia, quando ocorre a perda de 50% do excesso de peso, porém não conseguem atingir um IMC considerado ideal. Geralmente são pacientes com grandes dobras de pele que se beneficiam muito do procedimento, chamado de “Cirurgia Higiênica”, já que em um primeiro momento a prioridade é retirar esses excessos cutâneos e melhorar a qualidade de vida.
O mais importante é que no momento da cirurgia plástica o paciente esteja saudável, clinica e mentalmente. Por isso, uma avaliação psicológica também é muito importante, pois não é infrequente, que após a cirurgia bariátrica se desenvolvam quadros de depressão, alcoolismo ou que se mantenham os transtornos compulsivos alimentares.
Normalmente a primeira cirurgia a ser realizada é no abdômen, mas isso também não é regra, vai depender da sua vontade.
O segundo procedimento poderá ser a mamoplastia com ou sem o uso de próteses mamárias, a dermolipectomia de coxas, braços, glúteos e o facelifting (rejuvenescimento facial).
As cirurgias poderão ser combinadas, de acordo com o julgamento da equipe cirúrgica, em função das condições clínicas do paciente e das necessidades de cada caso.
Cirurgias associadas demandam um tempo cirúrgico maior, com maior risco de sangramento e complicações no pós-operatório. Da mesma forma a recuperação pode se tornar mais dolorosa e requerer um período maior de cuidados e repouso.
É importante o paciente ter em mente, que serão necessárias uma série de cirurgias e que o intervalo de 6 a 8 meses entre elas deve ser respeitado, para que o corpo se recupere sem danos para a saúde.
Como em qualquer outro procedimento cirúrgico o paciente deverá submeter-se a avaliação laboratorial e cardiológica.
Suspender o tabagismo e uso de medicamentos anticoagulantes.
Uma ênfase maior será dada a sua avaliação nutricional, pois com freqüência o paciente ex obeso apresenta quadros anêmicos e as deficiências de proteínas, que podem chegar a 21% após a cirurgia, interferem muito no processo de cicatrização.
A deficiência de micronutrientes como Ferro, cálcio, ácido fólico, vitamina A, D, E, K, Vitamina B1 e B12 além de Zinco, podem ocorrer com frequência e devem ser investigadas no pré-operatório.
A melhora no seu contorno corporal será visível imediatamente.
A retirada do excesso de pele lhe proporcionará um afinamento da cintura, dos braços e das coxas. Sem falar na adequação das vestimentas que logo parecerão largas para você.
No entanto, o tempo necessário para realizar todos esses procedimentos será longo, pode levar de 1 a 2 anos para você completar todas as etapas cirúrgicas.
A qualidade da pele após a cirurgia bariátrica não é mais a mesma, comumente ocorrem uma série de alterações quantitativas e qualitativas nas fibras colágenas e elásticas da derme, que são as principais responsáveis por uma recidiva precoce da flacidez.
Também é importante lembrar, que todos os procedimentos para melhora do contorno corporal exigem incisões extensas para remover o excesso de pele. O comprimento da incisão e o padrão dependerão da quantidade e da localização do excesso de pele a ser removida, assim como a preferência pessoal e o julgamento do cirurgião. Técnicas atuais permitem que as incisões sejam posicionadas de forma mais estética possível e que possam ser escondidas pelas roupas, mas que lhe acompanharão por toda a vida.
Os riscos são os mesmos de uma cirurgia em pacientes não-obesos, porém vale ressaltar que em pacientes que persistem com acúmulo acentuado de gordura a chance de complicações com a ferida operatória é maior.
• Cicatrizes desfavoráveis • Sangramento (hematoma) • Infecção • Acúmulo de líquido (seroma) • Riscos anestésicos • Má cicatrização • Necrose de pele • Dormência ou demais alterações de sensibilidade na pele • Despigmentação da pele e/ou inchaço prolongado • Assimetria • Deiscência (reabertura de uma ferida previamente fechada) • Flacidez residual da pele • Dor, que pode perdurar • Trombose venosa profunda, complicações cardíacas e pulmonares • Inchaço persistente nas pernas • Possibilidade de novo procedimento cirúrgico
• Abdominoplastia (podendo ser a clássica, em âncora ou em cinto)
• Lipoaspiração
• Mamoplastia (com ou sem próteses de silicone) • Cruroplastia (cirurgia das coxas) • Braquioplastia (cirurgia dos braços) • Torsoplastia (cirurgia do dorso) • Gluteoplastia
Os excessos de pele e gordura na região do abdômen ocorrem não somente no sentido vertical (de cima para baixo), mas também no sentido circunferencial (ao redor da cintura). Após uma avaliação criteriosa decidiremos juntos, se a abdominoplastia será realizada pela Técnica Clássica, com uma incisão horizontal na região inferior do abdomen ou pela Técnica em Âncora, também chamada de Flor-de-Lis que resulta em uma cicatriz em “T” invertido no abdômen.
Através desta técnica é possível remover o excesso de pele no abdômen tanto no sentido vertical como horizontal. A Abdominoplastia em Âncora é executada através de duas incisões cirúrgicas, uma horizontal na linha do biquíni e outra vertical ao longo do abdômen.
É a cirurgia indicada para o tratamento da flacidez nas regiões do abdômen, flancos (lateral da cintura) e região glútea. Essas três áreas são tratadas como uma única unidade estética e com o reposicionamento dos tecidos será possível a correção da flacidez na região superior da coxa e na região glútea. A cicatriz assume uma posição horizontal no mesmo local da cicatriz de uma cesárea e segue lateralmente até as costas na transição com as nádegas.
Ela pode ser combinada com a técnica da abdominoplastia em ancora e dessa forma é chamada de Abdominoplastia Circunferencial Composta, onde além de melhorar a flacidez das costas, levantar o glúteo, elimina de uma só vez, também a flacidez vertical do abdômen anterior.
Se destina a tratar a região superior do tronco em um único momento cirúrgico. Corrige a queda das mamas, e a flacidez dos braços e do tórax.
Procedimento que trata a região abdominal, glúteos, coxas e genitália externa como uma única unidade e em um único momento, promove um lifting (levantamento) importante na região das coxas e nádegas.
Se apesar da perda de peso, você ainda apresentar locais com gordura localizada e sem flacidez de pele, poderemos realizar a lipoaspiração com excelentes resultados.
As áreas do corpo que normalmente são submetidas à lipoaspiração são o submento (papada), o dorso (costas), o abdômen, os braços, os culotes, a face interna de coxas, e os joelhos.
A cirurgia plástica de mamoplastia, após a perda de peso, tem como objetivo retirar o excesso de pele, levantar as mamas e restabelecer o seu volume.
A melhora do aspecto das mamas pode ser alcançada com a remodelação do próprio tecido mamário ou com o implante de próteses de silicone. A cicatriz resultante assume a forma de um “T”invertido e as aréolas podem ter seu tamanho diminuído para que se tornem proporcionais a nova forma da mama.
A braquioplastia irá resolver a flacidez dos braços, permitindo que você volte a usar roupas justas e realize os movimentos com o braço sem constrangimento.
Nesta cirurgia, sempre associamos a lipoaspiração superficial em conjunto com a retirada do excesso de pele. A cicatriz resultante ficará posicionada longitudinalmente na face interna e medial do braço, começando na axila e podendo seguir até o cotovelo.
Nos casos onde não houve sobra de pele, poderemos realizar apenas uma lipoaspiração na face póstero-lateral dos braços, sem deixar cicatrizes aparentes
Para melhorar a flacidez da região interna das coxas, esta cirurgia associa a lipoaspiração superficial com a retirada da pele excedente. A cicatriz resultante poderá ficar posicionada somente ao longo da virilha, ou estender-se pela face medial das coxas e atingir a altura dos joelhos nos casos de flacidez exuberante.
Neste momento, também poderá ser realizado o remodelamento da região dos culotes através da lipoaspiração, melhorando o contorno global da coxa, tanto em sua face medial e como lateral.
Com a perda de peso após a gastroplastia, a flacidez e falta de volume nos glúteos podem incomodar. A solução é a colocação de implantes (próteses) de silicone.
A cirurgia plástica dos glúteos é realizada com uma incisão no sulco interglúteo (prega vertical entre as nádegas) sem deixar cicatrizes aparentes. As próteses são colocadas no meio da musculatura e dessa forma proporcionam um aspecto muito natural com aumento de volume e projeção.
Se além da perda de volume, a flacidez estiver presente, pode ser necessária a realização de um Lifting Glúteo, com a remodelação dos tecidos e retirada do excesso de pele.
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