Tumores de pele

O câncer de pele é o câncer mais freqüente no Brasil e corresponde a 25%, de todos os tumores malignos registrados no país.

Esperam-se cerca de 98 mil novos casos de câncer de pele não-melanoma em homens e 83 mil em mulheres no Brasil em 2015, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA)

TIPOS DE CÂNCER DE PELE

Há dois tipos básicos de câncer de pele, os Não-Melanomas e os Melanomas.

Os não-melanomas representam 95%, do total dos casos de câncer de pele e, os dois tipos mais comuns são: o Basocelular (carcinoma de células basais) e o Espinocelular (carcinoma de células escamosas).

O Carcinoma Basocelular, ou de células basais, tem origem nas células basais da epiderme e representam 75% dos casos de câncer de pele. São mais comuns em pessoas de meia-idade e idosos, mas a sua incidência tem aumentado muito em pacientes cada vez mais jovens. Geralmente ocorre em áreas do corpo que foram muito expostas ao sol, como o rosto e o pescoço. O carcinoma basocelular se desenvolve lentamente e, dificilmente, se espalha para outras áreas do corpo, mas exige tratamento mesmo assim. Cerca de 35% e 50% das pessoas que tiveram esse câncer de pele, terão outro, num prazo de 5 anos, após o diagnóstico. Isso significa que, uma vez diagnosticado o carcinoma, haverá necessidade de vigilância constante sobre a pele, com visitas periódicas ao dermatologista.

O Carcinoma Espinocelular, ou de células escamosas, tem origem na camada mais externa da pele e responde por 20% do total de casos. Geralmente aparecem no rosto, orelha, lábios, pescoço e no dorso da mão. Podem surgir sobre cicatrizes antigas, feridas crônicas da pele e até mesmo nos órgãos genitais. O carcinoma espinocelular tem um risco maior, que o basocelular, de se disseminar para outros locais além da pele, e os órgãos mais comprometidos são os linfonodos (gânglios linfáticos) mais próximos ao tumor.

Há vários outros tipos de câncer não-melanoma, mas são bem mais raros e representam apenas 1% do total.

Melanoma

O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele, que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos de cor branca.

Ele representa apenas 4% dos tumores malignos da pele, porém é o mais grave, devido à sua alta capacidade de originar metástases e atingir órgãos como os linfonodos, o pulmão e o cérebro.

O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, mas apenas se detectado precocemente.

QUEM FAZ PARTE DO GRUPO DE RISCO PARA CÂNCER DE PELE?

· Pele, olhos e cabelos claros, especialmente os ruivos.

· Pessoas que tenham casos de câncer de pele na família

· Já ter tido um câncer de pele

· Ter tomado muito sol ao longo da vida

· Ter muitas pintas (> 50)

· Transplantados renais que usam medicamentos imunossupressores há muitos anos

· Pacientes com ulceras crônicas ou feridas de queimaduras, que permanecem sem cicatrizar por muitos anos.

O AUTO-EXAME DA PELE

O auto-exame da pele é uma arma simples e poderosa, mas deve ser realizado com uma certa regularidade, para a identificação precoce de lesões de suspeitas.

Comece examinando a cabeça, observe seu rosto, pescoço, orelhas e lábios.

Não se esqueça do couro cabeludo, mas para isso você vai precisar da ajuda de uma segunda pessoa.

Siga o exame pelo tórax, abdômen e pernas; para examinar as costas faça uso de dois espelhos.

As palmas das mãos e as plantas dos pés merecem atenção especial, assim como os genitais.

Repare se alguma pinta mudou de tamanho, textura ou cor; Se está sangrando, coçando ou tem alguma dificuldade de cicatrizar, ficando sempre com uma casquinha.

E por fim, veja se alguma das suas pintas se encaixa nas REGRAS ABCD, que alertam para o risco de Melanoma:

A- Assimetria da lesão – as lesões assimétricas devem ser analisadas

B- Bordos Irregulares – quando os bordos da lesão não são arredondados

C- Cor – cores diferentes na mesma lesão merece atenção especial

D- Diâmetro – lesões de 6 mm ou mais devem ser examinadas

Se você perceber alguma lesão nova, ou a mudança em alguma pinta antiga, não significa que você tem câncer, mas apenas deve alertar, para que você procure um cirurgião plástico ou dermatologista qualificado.

Tratamento

As cirurgias que removem o tumor costumam curar completamente os carcinomas basocelulares e os espinocelulares.

Em alguns casos de carcinomas espinocelulares, pode ser necessário complementar o tratamento, com a radioterapia ou a quimioterapia após a cirurgia, já que ele apresenta um risco um pouco maior de metástases.

O tratamento do melanoma é mais complexo e deverá ser realizado em etapas.

Frente a suspeita de câncer de pele melanoma, somente a lesão com uma margem de 1 mm de pele deverá ser retirada e enviada para análise (exame anatomopatológico). Este exame fornecerá o diagnóstico definitivo e outras informações que orientarão os procedimentos seguintes.

A principal informação que precisamos para seguir o tratamento é a profundidade que o tumor atingiu na pele (Níveis de Clarck e Breslow).

Um segundo procedimento cirúrgico sempre será necessário, a depender da profundidade do tumor, o cirurgião irá realizar a remoção cirúrgica de cerca de 1 a 2 cm de pele ao redor de onde estava o tumor inicial e esta pele será novamente enviada para análise.

Dissecção do linfonodo

Todos os pacientes que apresentarem tumor com profundidade maior do que 1 mm deverão ser submetidos à Biópsia do Linfonodo Sentinela.

Esta biópsia deverá ser precedida de um exame chamado Linfocintilografia pré-operatória, que deve ser realizada com corante azul patente e gama probe intraoperatório, para determinar o primeiro linfonodo de drenagem, da cadeia linfonodal, acometida pelo tumor. A seguir, este linfonodo será retirado cirurgicamente e analisado por um médico patologista, que determinará se o melanoma já se disseminou.

Quando há ausência de metástase linfática, ou seja, a biópsia for negativa, o paciente é acompanhado clinicamente e com exames periódicos; quando há linfonodo acometido pelo melanoma, biópsia positiva, um novo procedimento cirúrgico, para a retirada de todos os lifonodos da região, deverá ser realizado (Linfadenectomia).

Quando o paciente possui um aumento, palpável, nos linfonodos próximo ao tumor, isso significa que o melanoma já se disseminou para os gânglios e se faz necessária a remoção cirúrgica, de todos os linfonodos, sem a necessidade da biópsia do linfonodo sentinela.

Após a cirurgia, o oncologista pode recomendar um tratamento adjuvante, que pode incluir imunoterapia, quimioterapia ou radioterapia.

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